Eu poderia explicar fundamentalismo somente pela imagem acima, não precisando escrever mais nada. Vemos um homem com uma vestimenta bem intimidatória, um livro sagardo em uma das mãos e uma bomba na outra.
Estamos vivendo dias em que o fundamentalismo islâmico têm tomado toda a mídia, por causa do novo/velho domínio do grupo extremista طالبان Talibã no Afeganistão. Se vocês querem aprender sobre fundamentalismo, estudem sobre o Talibã, que vocês estenderão muita coisa. Mas, antes de falar sobre o fundamentalismo como produto do ego, gostaria que vocês entendessem primeiro a diferença entre ética e moral.
Moral significa, a grosso modo, o acordo da maioria. Ou seja, se os hábitos e os costumes de uma determinada cultura pautam uma sociedade, essa cultura comum entre a maioria será a sua regra de moralidade. Se alguém é contra essa cultura dominante, essa pessoa é imoral. Os moralistas usam desse sistema de regras para dizerem o que é certo e errado.
Já a ética significa algo mais profundo, que transcende à costumes e cultura de uma sociedade. A ética é a voz da consciência, que chamamos também de bom senso. Independente de onde você vive, qual a sua religião, cultura, constituição, a ética está acima de tudo isso. Todos nós possuímos esse senso natural em nós. No entanto, o moralismo, principalmente agindo pela imposição e usando o medo como arma, abafa esse senso ético.
Exemplo: apedrejar uma mulher pega em adultério era moralmente aceito na sociedade de Jesus. Porém, Jesus agiu com ética e aquelas pedras caíram pelo chão. A ética inutiliza às pedras do moralismo.
Com medo de ir contra a maioria (moral), nós nos submetemos ao moralismo institucionalizado na sociedade em que vivemos, mesmo que a nossa consciência diga o contrário. A ética tem sempre uma vírgula, onde a moral coloca pontos finais. A ética aponta para o equilíbrio, quando a moral escolhe um extremo.
O bom senso seria sempre a melhor lei, se não fossemos seres dominados pelo ego. O ego é a grende árvore, o moralismo são as folhas e o fundamentalismo é o fruto. Percebe-se que a maioria das leis nascem de uma raiz baseada no bom senso. Porém o homem, com seu ego, a transforma em produto da sua moralidade. Assim nascem os fundamentalistas, também conhecidos como extremistas, radicais, etc. Existem fundamentalistas muçulmanos, cristãos, políticos, militares, acadêmicos, entre outros. O fundamentalismo está em tudo e faz mal a todos.
No caso do Talibã, que usamos como exemplo. Seu princípio foi de glória. Talibã significa "estudante", veja que irônico. Eles ganharam força como os estudantes do livro sagrado do islã, o Alcorão. Sua bandeira era a preservação da sua cultura, em detrimento da cultura ocidental que supostamente os ameaçava. Até aí tudo bem, a cultura é a identidade de um povo. Porém essa defesa pela cultura se transformou em um ódio pelo ocidente. Com isso, os territórios dominados pelo Talibã tinham que aniquilar toda e qualquer semelhança com o ocidente.
Apesar do Alcorão dar interpretação para algumas práticas fundamentalistas e agredisse alguns diteitos humanos básicos, principalmente das mulheres, a interpretação do Talibã era absurdamente mais rigorosa e opressora. Mulheres, por exemplo, não podiam estudar, andar nas ruas sozinha e, o pior, mulheres passaram a ser escravas sexuais dos talibãs. Morrer por Ala, combatendo o ocidente, também era uma glória. Então, crianças já eram preparadas desde pequenas para um dia, quem sabe, morrerem pela sua religião. O fundamentalismo não tem limites, nem para questões éticas básicas como viver e morrer. Por essas e outras que vocês notam o desesperos dos afegãos mediante a essa nova dominação dos talibãs.
Vocês conseguem perceber a influência do ego no fundamentalismo? Todo regime autoritário tem uma raiz egocêntrica. Dos reis e imperadores da antiguidade, aos ditadores e presidentes do presente. Todos que agem com absolutismo são dominados pelo ego. Sendo assim, o ego milita pelo fundamentalismo, pois é nele que ele se cria. O fundamentalismo é o filho mais querido do ego, saibam disso.
Entenda, todo (ou quase todo) pensamento fundamentalista um dia já teve uma raiz sensata. O próprio ego diz: "vai lá, vamos dar um golpe, fazer uma faxina e devolver a casa limpa para a democracia". A ideia é boa, não é? Ou então: "vamos dominar o Afeganistão e tirar toda a influência ocidental dos últimos 20 anos e retomar nossa cultura". Para àquela cultura oriental, não me parece errado também. Mas nunca é o que acontece. NUNCA. Essa é a hora que o ego vêm, injeta uma dose cavalar de poder e os líderes começam a brincar de deus. O fundamentalismo é, sobretudo, a brincadeira de ser deus.
Mas vamos falar um pouco da nossa realidade aqui. O fundamentalismo criou raízes profundas no nosso país. A ponto de não podermos mais conversar sobre política, que logo há ofensa e inimizade. Todos foram picados pela doença do fundamentalismo de alguma forma. Faça um teste consigo mesmo: até que ponto você aceita uma opinião contrária à sua? Quantas amizades você perdeu ou arrefeceu por causa de pensamentos divergentes? Você se sente bem só com os "seus"? Bom, você têm sérios sintomas da doença do fundamentalismo. O seu fundamentalimso, não importa o nome dele. O moralismo me conduz a estar só com os meus, a ética me ensina que o outro também é importante.
O Evangelho veio, sobretudo, para destruir o fundamentalismo religioso. A fé de Abraão, Moisés, Davi, se transformou em um monte de regras e costumes opressores, que só favoreciam os "doutores da lei", os religiosos da classe dominante. Esses foram seduzidos pelo ego e transformaram a fé pura no Deus Todo Poderoso em dogmas fundamentalistas. O judeu entendeu que o Senhor era só dele, Jesus veio mostrar que o Pai é de todos. Independente da cultura, religião, passado, circuncisão. O fundamentalista nunca vai entender isso.
O fundamentalismo se sustenta em alguns pilares. Todo fundamentalista possui algum conhecimento acima dos demais. Esse conhecimento da a ele uma certa autoridade. Essa autoridade ganha ainda mais força quando esse conhecimento está autenticado por uma fonte superior, sobrenatural. No caso do islã o Alcorão, no nosso a Bíblia. Outro pilar do fundamentalismo é a força, o poderia bélico. Se você mostra poder militar, você também alcança respeito. Essa conjunção de fatores formam um fundamentalista. Então, o pensamento comum geralmente é o seguinte: "se eles estão baseados nas palavras sagradas, eles estão certos.". Os talibãs (estudantes) antes de serem respeitados pelo seu armamento e crueldade, eram respeitados pelo seu conhecimento. Essa é uma mistura extremamente tóxica e que autentica toda a sorte de atrocidades em nome de Ala ou Jeová.
A falta de conhecimento nos faz prezas fáceis do fundamentalismo. É o conhecimento que nos mostrará que existe algo de errado nisso. Sem conhecimento nós somos levados pelos costumes morais. A ética só é despertada através do conhecimento. O conhecimento produz dúvida, a dúvida incômodo e o incômodo, movimento. O desepero dos afegãos é o despertar de um conhecimento. Eles perceberam que o fundamentalismo nada têm de bom. Eles preferem morrer tentando voar agarrados em um avião, do que viveram sob o domínio do fundamentalismo. Que o Senhor tenha misericórdia desse povo.
O ego causou tudo isso. Sem o ego humano, fundamentalismos simplesmente não existiriam. Fujam de todo e qualquer totalitarismo. Jesus nos chamou para a liberdade e para o amor. Se não há amor e nem libertade, mesmo que usem a Bíblia para te convencer, fuja. Conheça, se aprofunde no conhecimento e na fé em Jesus Cristo. Só assim venceremos o ego e os frutos do ego, como o fundamentalismo.
Ore pelo Afeganistão!
Lute contra o ego!
Que Deus te abençoe.
Texto super abençoador...
ResponderExcluirParabéns...
. "A ética inutiliza às pedras do moralismo"
ResponderExcluirTexto carregado de lucidez e verdades.
Parabéns!