terça-feira, 27 de julho de 2021

Pai Nosso - Reino, Poder e Glória


"Porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém."
(Mateus 6:13b)

Jesus termina a oração afirmando aquilo que todos os filhos devem saber: Tudo que o homem sonha, almeja, sofre, mata e morre para obter, já tem dono. Tudo é do Pai e Ele nunca negociou dividir isso com ninguém.  O Pai tem tudo e nós temos o Pai. Mas só teremos o Pai se reconhecemos que nada temos, além Dele. Assim diz a oração. O Pai é nosso, mas o Reino, o Poder e Glória já tem dono. Não há oração sem o reconhecimento de que tudo é do Pai. 

Jesus nos ensina uma oração teocêntrica, onde Deus é o centro. Não percebemos, mas, em muitas vezes, a nossa oração é egocêntrica. Oramos para que seja feita a nossa vontade e, mais do que isso, usamos a Deus para buscarmos aquilo que só pertence a Ele. Que ousadia a nossa. Dependendo daquilo que nós oramos, é como se disséssemos: "meu é o reino, o poder e a glória, amém!". 

O Reino (domínio), Poder (autoridade e respeito dos homens) e a Glória (beleza e admiração) são do Pai, não nossos. Jamais serão nossos. O homem que acredita que a vida é a busca por essas coisas, mal sabe que está rivalizando com o próprio Deus. E nessa briga só tem um vencedor. O pior é que acreditamos ser esse o motivo da nossa vida e não consideramos errado sermos os senhores das nossas próprias vidas. Instintivamente nós levantamos da cama em busca dessas coisas, embora nós não admitamos. 

Quem não quer ter sua independência? Fazer o que bem entende e não dar satisfação para ninguém. Comprar, vender, entrar, sair, casar, separar, essas coisas... Chamamos isso de liberdade, mas uma liberdade sem o senhorio de Deus é ser senhor de si mesmo. Quando dizemos "teu é o reino", estamos afirmando em oração que nós não somos os senhores das nossas vidas. Aquela frase "a vida é minha e faço dela o que eu bem entender", não pode sair da boca de um filho de Deus. Nossa vida é um concessão dada por Deus e cada ato será cobrado pelo dono dela. Deus é Senhor de tudo, inclusive da nossa vida. Não fomos criados para sermos reis dos nossos próprios reinos. Entende isso? 

Se você for parar pra pensar qual é o principal motivo das guerras, não será difícil chegar à uma conclusão. Às nações guerream por causa do poder. Assim foi no passado mais longínquo, assim é agora. A avidez pelo poder é um objetivo do homem. Quanto mais poderoso, mais realizado. O homem tem dentro de si essa rivalidade com o outro homem. Querer ser superior é um plano de carreira da humanidade. Não é difícil ver um político podre de rico, com inúmeros mandatos nas costas, tentando mais uma reeleição. Não largam o osso. E esse osso tem nome, é o osso do poder. Quanto mais você têm, mais você quer. 

O dinheiro é o símbolo do poder, mas podemos ver essa avidez pelo poder nas camadas menores também. Basta ter alguma autoridade sobre alguém. Até nas igrejas nós vemos isso. Todos querem ser líderes ou ter um cargo de destaque. Muitos sonham em ser chamados de apóstolos, reverendos, patriarcas, e isso não tem nada a ver com vocação e sim com a necessidade de ter e demostrar poder. Mas não é nosso o poder, é do Pai. Jesus quem disse. Não percam o tempo de vocês com essas bobagens. O homem é tão ardiloso na busca pelo poder, que usamos até da amizade com gente com poder para parecermos poderosos também. Os famosos papagaios de pirata, àqueles que usam da imagem de alguém para se promoverem. É a doença do poder. Nós sofremos dela e só há um remédio: tranferir esse poder para quem é de direito, o Pai. 

A Bíblia sempre deixou bem claro que Deus não divide a glória dele com ninguém. A glória é dele, assim como o reino e o poder. Mas parece que o ser humano faz ouvido de mercador para essas coisas. A glória é o combustível do ego. E é bom terminarmos essa série do Pai Nosso falando disso, porque vamos iniciar uma nova série falando justamente sobre o ego. 

Assim como Satanás, o homem deseja ser adorado e vive fazendo de tudo para alcançar seu objetivo. As redes sociais deixaram esse desejo ainda mais exposto. A busca pelo corpo perfeito, pela melhor frase de efeito, pela melhor viagem, pelo melhor parceiro ou parceira...tudo isso é a personificação do nosso deseja de glorificação. O like é o símbolo máximo da glorificação hoje. Vale tudo pelo like. Quanto mais like, mais glória. Oh glória! Glória é sinônimo de beleza e beleza gera admiração e reconhecimento dos homens. Em Mateus 6, mesmo capítulo do Pai Nosso, Jesus combate essa busca pelo reconhecimento dos homens. Os hipócritas, como Jesus chamava os religiosos da época, usavam da caridade, do jejum e até da oração para receberem a glória doa homens. Estes já receberam a sua miserável recompensa. É atrás dessa miserável recompensa (o reconhecimento dos homens) que muitos de nós insistem em viver. Quando damos a Deus, a glória que é Dele, Ele nos recompensará como filhos amados.  

O Reino, o Poder e a Glória para sempre e desde sempre é de Deus. Reconheça isso e se livre desse fardo. Viveremos mais leves, sabendo que não buscaremos aquilo que não nos pertence. Virar os holofotes em direção ao Único Digno é a nossa missão. Foi isso que Jesus nos ensinou nessa rica e profunda oração ao nosso Pai, o Pai Nosso.

Enfim encerramos essa série de texto. Peço ao Pai que gere em vocês esse desejo de conhecê-lo em intimidade e agradá-lo como filhos amados. O nosso Pai, que está no céu, espera ver seu nome honrado e gloricado através de nós. Dele é o reino que devemos buscar, para que sua vontade seja feita e não a nossa. É Ele que provê o pão de cada dia, todos os dias, para que não morramos nesse mundo de ilusões. Ele que perdoa os nossos pecados, se perdoarmos os que pecam contra nós. Ele nos ajuda a vencer as tentações e nos garante a vitoria sobre o mal. É dele o reino, o poder e a glória para sempre. A Ele tudo! E a nós? O que temos? Temos o Pai, o Pai Nosso. Portanto temos tudo! 

Que Deus te abençoe. 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Pai Nosso - Não Nos Deixe Cair


"E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal"
(Mat 6:13a)

Embora desejassemos um Deus que tire qualquer tipo de tentação da nossa frente, não é bem isso que acontece com o nosso Pai celestial. Jesus nos ensina a orar ao Pai pendido que não nos deixe cair nas muitas tentações que nos sobrevirão. Com isso, entendemos que o Pai não nos isenta de passar por tentações, mas nos ajuda a enfrentá-las. 

Esse método do Pai serve pra muita coisa em nossa vida e revela como Deus nos educa. Estamos constantemente tentados a fazer o que não convém e, em muitos casos, caímos na tentação. Afinal de contas, não seria difícil se não fosse uma tentação. 

A tentação mexe diretamente com o nosso ego. Nos sentimos em dívida com o ego quando negamos uma tentação daquelas. Uma proposta de dinheiro fácil no nosso trabalho, às oportunidades inacreditáveis de adultério, os pratos suculentos que a nossa saúde não nos permite mais comê-los. Enfim, são tantas tentações que seria impossível colocar todas aqui. Somos tentados todos os dias e de inúmeras formas. Embora muitas tentações sejam comuns a todos, existem tentações específicas para cada um. E, também, uma coisa pode ser tentação para mim e não para você, por exemplo. Porém, em todos os casos, temos total ciência de que aquilo é errado. Enfrentar tentação faz parte do pacote humano e sozinhos seremos engolidos por elas. Por isso, a importância de pedir ajuda ao Pai em oração. 

O homem é tentado desde o Eden. A negação é a arma mais letal da tentação. Quando enchemos os nossos filhos de "nãos", consequentemente os enchemos de curiosidade. A curisidade gera desejo e o desejo instalado gera tentação. "Por que não posso?", pergunta o filho. "Por que não!", responde o pai. Não foi exatamente isso que aconteceu no Eden. Nosso Pai celestial nos nega, mas nos ensina o porquê. "Vocês morrerão se comerem do fruto", disse o Senhor. A negação sem informação gera tentação. Somos os maiores criadores de tentação nos nossos filhos, quando negamos e não ensinamos porquê. 

Aí surge a figura do tentador, que além de instigar, distorce o que Deus disse. Acredito que não comer daquela árvore não fosse um problema para Adão e Eva. Até que a serpente os fez olhá-la de uma outra forma, aí comer daquele fruto se tornou tentador. Quando o contato com o nosso Pai é reduzido por algum motivo, é aí que o tentador aparece relativizando o que o Pai ensinou. A nossa natureza tende a acreditar no tentador, porque no fundo, no fundo, o que queremos mesmo é nos esbaldar na tentação. Adão e Eva se descuidaram um pouco e isso foi suficiente pra tentação se tornar irresistível. Por isso a necessidade de orar "não nos deixe cair em tentação", pois o Pai sabe o quanto é difícil. 

Nem Jesus foi isento de tentações, muito pelo contrário. A Bíblia diz que ele foi tentado em tudo (Hebreus 4:15). Mas temos um exemplo prático, é a famosa tentação do deserto. Jesus ainda não havia iniciado seu ministério, quando foi levado ao deserto para ser tentado pelo próprio Diabo. A tentação era tão intensa, que foi necessário jejuar para enfrentá-la. Jesus era homem e estava sujeito às mesmas tentações que nós. Ele nos ensinou a vencer a tentação com três armas: uma vida de oração (a comunhão constante com o Pai não nos deixa perder o foco), conhecimento da Palavra (ter e crer em um contra argumento para a tentação é fundamental) e jejum (mostra a nossa total incapacidade de resolvermos sozinhos). Foi assim que Jesus venceu a tentação naquele deserto. Jesus foi tentado a ter poder e fama (pede-me que te darei), foi tentado a se desviar do seu propósito (mande que estas pedras se tornem em pães), tentado a tentar o Pai (joga-te daqui para baixo).

Jesus não venceu às tentações por si só, Ele sabia que sem o Pai seria impossível. Ele não foi arrogante, por ser Filho de Deus, e enfrentou a tentação de peito aberto. Ele se submeteu ao Pai e só assim foi possível ter êxito. Se foi assim com Jesus, imagine conosco. 

Resistir às propostas do tentador todos os dias é, sobretudo, uma questão de fé. É confiar que o Pai tem o melhor para nós, embora a tentação pareça uma propostae tanto. Deus não está aqui pessoalmente conosco, de carne e osso, a tentação sim. A tentação é palpável, acessível, agradável aos olhos. Às vezes, do Pai só temos a promessa. Trocar o imediato por algo futuro é o nosso maior desafio como filhos, embora o Pai também retribua a nossa fidelidade aqui nessa Terra. Olhamos pra um lado e para o outro e não vemos Deus, mas piscamos e a tentação está diante dos nossos olhos. Sem a ajuda do Pai é impossível suportar tudo isso. É o Pai que nos dá fé, confiança e contentamento na Sua Palavra. Humamente, usando os nossos próprios recursos, não há a menor possibilidade de escolhemos Deus, quando a outra opção é a tentação. 

Um dia não haverá mais tentação. Seremos um com o Pai na Glória e nossos olhos não vão querer ver outra coisa senão o esplendor no nosso Pai. Enquanto esse dia não chega, siga o conselho de Jesus e peça ao Pai: "não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal". E ele atende ao pedido do filho. Siga com o Pai nessa jornada, sempre. 

Essa parte da oração termina com: "mas, livra-nos do mal, amém!". Pois bem, como já notamos, o Pai não evita que às tentações  aconteçam, no entanto, Ele nos ajuda a vencê-las. Porém, do mal o Pai nos livra. Isso é um compromisso dele, caso não caiamos nas tentações. 

Todos queremos que Deus nos livre do mal. Hoje mesmo eu vi um adesivo num carro dizendo isso e já vi tatuagens com os mesmos dizeres: "Livrai-nos do mal, amém!". Mas, entenda: a porta de entrada do mal no mundo foi o homem ceder para a tentação no Eden. Certo? E a porta de entrada do mal na nossa vida continua sendo a mesma. Quando cair em tentações se torna algo comum na nossa vida, conviver com o mal também passa a ser. O Pai nos livra do mal, se nós, como filhos, não caírmos nas tentações ou, ao menos, lutarmos contra elas. Quando caímos em tentações, nós dizemos para o mal: "pode entrar". Se não tomarmos cuidado, a represa que sustenta a nossa vida pode se romper e o mal inundar tudo.

Então Jesus nos ensina a pedir ao Pai ajuda para vencer às tentações e, como consequência, que nos livre do mal, ou como dizem algumas traduções: "nos livre do Maligno", que é o próprio Diabo. A Bíblia diz que o Diabo anda ao nosso derredor buscando quem possa tragar, bramando como um leão. Ele está esperando uma brecha. E essa brecha é dada através da autonomia que damos às tentações que nos afligem. 

O nosso Pai celestial, como qualquer Pai, nada pode fazer quando a escolha do filho é se entregar às tentações. O que um Pai de amor faz é ajudar o filho a vencer às tentações. Aí nenhum mal terá autonomia para nos tocar. Porque entre às delícias das tentações e a vontade do Pai, nós escolhemos a vontade Dele. O diabo fica indignado com filhos que enfrentam às tentações em oração e comunhão com Deus. 

Todas as promessas de proteção de Deus na Palavra (são muitas) são direcionadas aos filhos e servos. Chamar Deus de Pai e Senhor não é garantia de viver longe do mal, quando somos filhos e servos do pecado. Deus é Pai e Senhor de quem é filho e servo Dele em obediência e santidade. Essa oração é de filho para Pai. O Pai é pai sempre, os filhos são sempre filhos. Porém, se tranferirmos nossa paternidade para o pecado, o Pai celestial já não tem mais nenhuma responsabilidade sobre nós. Então o mal vem, fica e nos adota.

Isso não quer dizer que se pecarmos Deus não será mais nosso pai. A gente peca. A própria Bíblia fala que quem diz que não tem pecado, mente (1 João 1:8). O problema está quando deixamos de ser obediantes ao nosso Pai e passamos a obedecer ao pecado, à cair constantemente nas tentações. Jesus nos ensina, através dessa oração, que precisamos da ajuda do Pai para vencermos as tentações, sabendo que tendo êxito nisso, o Pai nos garantirá a proteção de todo mal. Que assim seja!

Que Deus te abençoe!


terça-feira, 13 de julho de 2021

Pai Nosso - A Reciprocidade Divina

 


"Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores." 

(Mateus 6:12)

Nunca diga que qualquer coisa que seu filho faça seja "mais que obrigação dele", porque Deus, o nosso Pai, não nos trata assim. Ele tem prazer em nos recompensar por isso. Porém, Ele nos recompensa se procedermos da mesma forma com os outros. A oração que Jesus nos ensinou fala de perdão para os que perdoam: "perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos...". Sendo assim, se fazemos algo errado e pedimos perdão ao nosso Pai, Ele nos perdoará, a não ser se não formos perdoadores com quem errou conosco. É assim que funciona. 

Nosso Pai não nos dá nadanada o que não sejamos capazes de dar também. Se pedimos perdão e não damos, não receberemos. O céu pertence aos perdoadores. Afinal de contas, ninguém nunca fará nada conosco mais grave do que nós fizemos com o Senhor. Nós provocamos a morte do filho de Deus e a humanidade, após isso, carrega uma responsabilidade muito grande. Nossa conduta com Deus foi tão grave, tão grave, que o próprio Deus teve que virar homem e ser torturado até a morte numa cruz romana. Tudo isso para nos perdoar. Então, entende-se que nada menor do que isso pode ser algo imperdoável. 

Jesus fala de perdão, mas não vale só para perdão. Se clamamos por paz e promovemos o caos, não receberemos paz. Se clamamos por amor e não amamos ninguém, não receberemos amor. Se clamamos por recursos financeiros e não ajudamos ninguém, não receberemos. Não de Deus. Podemos conseguir algumas coisas pelos nossos esforços, mas por parte de Deus, jamais! É uma lei do Reino de Deus. 

A oração do Pai Nosso nos ensina sobre a reciprocidade divina. Deus está disposto a nos recompensar. E olha que se pararmos pra pensar, Deus não teria obrigação algumade nos retribuir por sermos justos, por procedermos segundo o que é correto. Seria nada mais do que a nossa obrigação, não é mesmo? Mas a natureza de Deus não pensa assim. Ele recompensa e retribui sempre que fazemos a Sua vontade. Que Pai maravilhoso nós temos! E fazemos a sua vontade quando somos para o próximo aquilo que desejamos que Deus seja para nós. 

Quando decidimos romper com as pessoas, não as perdoando, nós nos recusamos a ser instrumentos de Deus para aquela vida. Nós não podemos romper com quem Deus não rompeu. Não podemos romper com quem Deus tem um propósito. É fácil? Não. Tem o nosso ego que nos faz acreditar que perdoar é humilhante demais. Mas, se você reconhece o seu papel de filho de Deus, você jamais poderá tomar decisões baseadas em si mesmo. Você é canal de Deus, e o canal deve estar sempre disponível. Você não pode dizer: "Pai, hoje eu não quero ser usado não".  Por isso, perdoar é um ato de filho de Deus. Pode ser que aquela pessoa horrível seja transformada através da sua vida. Então, sempre mantenha-se disponível. Não cancele ninguém, essa não é uma opção para um filho do Pai celestial. 

A lição é clara e cristalina: se queremos que o favor do Pai nos alcance, precisamos proceder da mesma forma com os homens. É através da nossa ação com os homens, perdoando, amando e acudindo, que somos perdoados, amados e acudidos pelo Pai. Não há como querer do Pai algo que não estamos dispostos a fazer pelos homens. Mesmo porque, aqueles que não estão dispostos a doar antes de receber, não tem o DNA do Pai celestial e, portanto, não são filhos. 

A oração de Jesus poderia terminar em: "perdoa as nossas ddívidas", mas faltaria o maior ensinando, que é: "assim como perdoamos". Não há nada na nossa relação com o Pai que tenha um fim em nós mesmos. Se queremos um pai perdoador, perdoe primeiro.

Como diz a oração de São Francisco de Assis: 

"Porque é dando que se recebe, é  perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna, amém".

Deus te abençoe. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

Pai Nosso - Pão Nosso

 


"Dá-nos hoje o pão diário." (Mt. 6:11)

Eu fico admirado com a forma que Deus nos trata. Com relação à sua provisão, Ele prometeu que nunca nos deixaria faltar coisa alguma. Porém, é o "modus operandi" de Deus que me chama a atenção. 

Vamos lembrar do Êxodo, quando o povo hebreu passou 40 anos peregrinando no deserto rumo à terra prometida. Não havia possibilidade alguma daquelas pessoas se sustentarem pelos seus recursos. No deserto não havia recurso algum que sustentasse a vida humana. Deserto não tem água, animais e vegetação. Deserto tem muito calor de dia e muito frio à noite. Deserto está cheio de serpentes e escorpiões venenosos. Então, se não acontecesse algo milagroso, aquelas pessoas pereceriam naquela longa caminhada. Aconteceu! Deus providenciou tudo, tudinho. Foram 40 anos de provisão única e exclusiva do céu. 

O homem não podia trabalhar, porque não tinha para quem trabalhar. O homem não podia plantar nem colher, porque não tinha terreno fértil para isso. O homem não podia caçar, porque não havia caça. Então, eles, obrigatoriamente, para sobreviver, tiveram que aprender a confiar em Deus. Você concorda comigo que quando nos faltam recursos até o mais ateu corre para Deus, não é verdade? Ali não tinha jeito, era confiar em Deus ou perecer no deserto. 

Deus já havia mostrado aquele povo que estava interessado em abençoá-los desde o Egito. Foram muitas provas concretas de que Ele estava com eles. Desde pragas contra quem era contra eles, até mar abrindo para eles passarem. Alguém em sã consciência teria alguma dúvida, naquela altura do campenato, que Deus não cumpriria o que prometeu? Então, naquele ambiente hostil, eles começaram a ver a provisão de Deus diariamente. Grave isso: diariamente. De dia, uma nuvem cobria os hebreus do calor intenso. À noite, uma coluna de fogo os aquecia do frio congelante. Nunca Steven Spielberg pensaria em algo tão cinematográfico. 

Ali também não tinha muito luxo. Deus provinha aquilo que era necessário para viverem. A promessa sim, a promessa era de prosperidade. A promessa era que no final daquela caminhada eles habitariam uma terra que manava leite e mel. Mas, enquanto Canaã não chegasse, era o suficiente que eles teriam.  

Por que estou contando essa história para falar de um trecho da oração do Pai nosso? Havia uma coisa chamada maná, que era o alimento que eles recebiam todos os dias. Esse alimento, que era uma espécie de pão, caía literalmente do céu. Ninguém morreria de fome naquela cruzada. Todos os dias Deus providenciava um maná novo para eles. Sabe o que era mais interessante nisso tudo? Aquele alimento tinha o prazo de validade de um dia. Isso mesmo, um dia. Se não comece aquele, não comeria mais. Só no dia seguinte. Não havia estoque de maná.  Todo dia tinha uma fornada nova vinda do céu.  Assim foi por 40 anos eles vivendo da provisão diáriade Deus. Tinha leite e mel? Não. Tinha a carne do Egito? Também não. Mas tinha o suficiente pra viver? Ah, isso Deus fazia questão de garantir.

Não tem como ler sobre a oração que Jesus nos ensinou e não lembrar dos hebreus no deserto. Ler "o pão nosso de cada dia, nos dai hoje", me faz ver Jesus nos ensinando a pedir ao Pai a mesma provisão que os hebreus tiveram. Uma provisão diária e suficiente. Jesus nos ensina a pedir o pão de hoje. O de amanhã, pedimos amanhã. Esse é o "modus operandi" do Pai. O filho precisa entender que Deus tem algo único e exclusivo para aquele dia. Para que jamais a gente esqueça que o nosso sustento vêm Dele. 

O pão é um alimento democrático, está na mesa do pobre e do rico. É considerando alimento básico para qualquer lar. Assim como Deus não deixou o povo perecer no deserto, é certo que não nos deixará também. O pão que vêm de Deus é garantido nessa nossa peregrinação. E não importa se é muito ou pouco, bonito ou feio, importado ou caseiro, o importante é que vêm do Pai. É assim a provisão de Deus. Nem muito, nem pouco, mas o suficiente. 

Porém a peregrinação é longa. Dos hebreus foram 40 anos, a nossa já passou dos 2000 anos. Assim como para eles, existe uma promessa de um futuro. Uma terra de farturas sem fim. A deles, Canaã. A nossa, Nova Jerusalém, céu,  Glória,  eternidade, como você quiser chamar. Mas, pela caminhada ser longa, muitos não se contentam com o pão de cada dia de Deus e procuram se autoproverem. Os hebreus sentiam falta da carne do Egito e passaram a murmurar por causa do maná. Nós, ambiciosos como somos, não glorificamos a Deus pelo pão de cada dia e procuramos desesperadamente fartura e delícias. É aí que perdemos o foco. 

Já não clamamos pelo pão de cada dia, porque o que Deus tem pra nos oferecer aqui na terra é o suficiente, e o suficiente já não nos satisfaz mais. Então, nos dedicamos em buscar a prosperidade. Não a properidade proposta por Deus, mas a prosperidade dos homens. Pastor Neil tem um frase que sempre que posso a cito: "Prosperidade não é ter muito, é ter sempre". Isso é genial e está totalmente de acordo com o que estamos falando aqui. Eu sou próspero quando eu tenho o suficiente sempre e quando esse suficiente vem de Deus. Vale mais que qualquer fortuna. 

Esse não é um apelo à mediocridade, como dizem os pregadores da prosperidade. Mas é o apelo ao contentamento. Quando aprendemos a viver com o que Deus dá, nós aprendemos a ter contentamento e gratidão. Quando oramos pelo pão de cada dia, o comemos e damos graça, esperando aquele grande dia em que vamos ceiar na mesa do Rei, tudo será muito feliz. 

Nós estamos aqui de passagem. Precisamos do sustento que vêm do Pai para completarmos nossa jornada com saúde. Só às famílias de Calebe e Josué entraram em Canaã. Nem Moisés entrou. Quase todo aquele povo pereceu no deserto. Sabe por que? Rejeitaram a provisão de Deus e se dedicaram a buscar por conta própria. Fizeram do caminho no deserto um fim em si mesmo. Quando na verdade, o deserto é apenas um caminho para algo muito maior e permanente. Trocaram a promessa pela impaciência. Trocaramo suficiente pela falácia da priaperidade e felicidade humana. Pereceram!

E nós? Chegaremos à terra celeatial prometida, ou pereceremos nesse mundo e suas ilusões? Nem todos que estão conosco entrarão no céu, porque não se contentaram com o pão de cada dia, que é para hoje. Mudaram a imagem de Deus para um Deus que não dá um pão de cada dia, mas uma vida de riqueza e abastança. 

O capítulo 6 de Mateus, onde está inserida a oração do Pai nosso, fala disso nele todo. É um capítulo lindo e esclarecedor sobre a nossa relação com o Pai e seu "mudus operandi". Leia e veja você mesmo. O Pai é aquele que provê sempre, pausadamente, diariamente, constantemente. Basta a cada dia o seu mal, como diz Jesus em Mateus 6, e, também, basta a cada dia o seu pão. Ele é o suficiente para aquele dia. 

Seja o pão físico, que significa que o Pai provê todas as nossas necessidades humana, como o pão espiritual, que é o alimento para alma, Deus não deixa faltar. Peça o seu, você têm direito. Você tem lá com o Pai sua porção para aquele dia, não abdique achando que você se vira sozinho. Não caia nessa. Agindo assim você vai virar um escravo desse sistema, onde corremos atrás daquilo que não sabemos e desejamos aquilo que não precisamos. Fique tranquilo, o Pai cuidará de ti diariamente. 

Faça como Jesus e peça em oração o pão de cada dia, hoje. O Pai certamente proverá e você chegará ao final dessa caminhada são e apto para desfrutar das bodas do cordeiro. Lá há fartura que nunca acabará. Amém!

Que Deus te abençoe. 


Levanta-se e Ande!

"Então Jesus lhe disse: 'Levanta-se! Pegue a sua maca e ande.'" (João 5:8) "Tenho-vos dito isso, para que em mim tenh...