terça-feira, 10 de novembro de 2020

FAZER POR FAZER


Por que no meio evangélico nos contentamos em fazer tantas coisas por fazer? Quando nos "convertemos", logo de cara recebemos uma série de doutrinas e dogmas. Nelas estão contidas coisas que devemos e não devemos fazer. Sem procurarmos muito saber os porquês, logo fazemos como manda a "cartilha cristã". Ou seja, "não beba, não fume, não fale palavrão, não pratique sexo antes do casamento, perdoe, dizime, oferte, jejue, pratique a caridade, frequente as atividades da igreja, submeta-se às lideranças, ore, leia a Bíblia..." entre outras coisas. Como todos ao redor aparentemente seguem a cartilha, logo, procuramos segui-la. Chamamos o cumprimentos dessas regras de "obra de Deus ou vida cristã". 

Gostamos de cartilhas, vamos falar a verdade, a história prova isso. E qual o problema das cartilhas, leis, doutrinas e afins? Elas, na maioria das vezes, nos fazem agir de forma mecânica. Afinal de contas, se todos fazem, deve ser o certo. Mas nem sempre é, e quando cumprimos cegamente alguns desses conceitos terminamos ferindo uma lei irrevogável de Deus, a liberdade. E a liberdade é a mãe do discernimento, uma característica marcante do ser humano pensante criado por Deus. 

Deus nos criou com uma capacidade ímpar de discernirmos o mundo ao nosso redor. Temos a capacidade de observar, analisar, discernir e executar o tempo todo. Isso nos torna diferente dos animais e outros seres inanimados. Somos seres animados, com isso temos o privilégio dado por Deus do discernimento. Quando não usamos o discernimento nós estamos suscetíveis ao engano de sermos protocolares, ou seja, o famoso "fazer por fazer". 

Muitas coisas fazemos para dar satisfação para alguém, para nós mesmos ou para Deus. Com isso, terminamos tomando atitudes que não estão 100% resolvidas dentro de nós. Como o perdão, por exemplo. "Vai lá perdoa e pronto", por que? A mágoa ainda tá lá, o que fazemos é engolir a mágoa e tocar o barco. Não resolvemos o problema assim, mas damos satisfações. Com isso, viramos personagens de nós mesmos, isto é, vivemos em um grande teatro para darmos inúmeras satisfações o tempo todo, mas dentro de nós vamos acumulando situações mal resolvidas, ou ainda não concretizadas. Aceitamos isso como verdade absoluta. Por que Deus nos mandaria agir assim, contra a nossa verdade? Bom, esse texto é pra fazer a gente pensar se Deus realmente age assim. Então vou logo adiantando... não, Deus nao ignora a nossa capacidade de assimilação. Na verdade, imagino eu, que Deus espera de nós atitudes maduras. E isso não tem nada a ver com "vai lá perdoa e pronto!". 

Outro exemplo é o ato santo de dizimar e ofertar. Se você dá o dízimo por dar, você não entendeu nada. Você precisa discernir a necessidade disso e através de um fruto de amor, dizimar e ofertar deliberadamente. Não deve ser um ato involuntária e mecânico, mas um ato de amor, gratidão e consciência. O nosso Pastor Neil não passa mais de cinco minutos para comunicar a oferta e quase sempre cita o versículo que define tudo: "Deus ama quando dá com alegria", ou seja, Deus não está interessado no que dá por dar, mas no que dá com alegria. Bom, só um coração que discerniu a grandeza de dar para a obra de Deus pode dar com alegria. 

O Evangelho não é um conjunto de obrigações cansativas, se assim fosse não seria Evangelho. Nada para Deus é por obrigação, tudo é por amor. Vou repetir, TUDO É POR AMOR. Em Jesus todos os mandamentos se converteram a um, o amor. Sem amor é tudo obrigação. Com amor é tudo prazeroso e não há questionamentos. 

Os seguidores de cartilhas tem um prazo de validade. Ninguém aguenta cumprir obrigações por muito tempo, é chato, é cansativo. Aí culpamos Deus, culpamos o pastor, deixamos de "crer". Nunca cremos! Tudo começou de forma errada, não tem como dar certo no final. O Evangelho não cansa, muito pelo contrário, se o Espírito de Deus tem liberdade para trabalhar no teu intelecto, logo teu coração se encherá de amor por Deus e pelo seu Evangelho, assim tudo será prazeroso, até mesmo a dor, como diz Paulo, porque a dor é por um propósito maior. 

Deus te abençoe! 


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