segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

ORAÇÃO, UMA PROVA DE AMOR



 "Estamos à uma oração de distância do criador do universo" 

(Pr. Rael)

Oração não deveria ser um ato esporádico e ocasional. Orar deveria ser como se alimentar, trabalhar, se vestir. Oração deveria fazer parte da nossa rotina de vida. Comumente, oramos porque precisamos de algo, certo? Isso diz muito sobre o que entendemos sobre Deus, sobre nós e  sobre a vida. Se vemos Deus como alguém superior que pode resolver nossos problemas, só vou procurá-lo quando aparecerem os problemas. Uma vez que os problemas são resolvidos (por Deus ou não), não oramos mais e a vida segue.

Uma característica de quem não entendeu o que é a oração é mecanizar a oração. Mudamos o tom de voz e usamos de palavras mais rebuscadas, achando que assim Deus estará mais atento a nós. Pastor Neil consuma dizer que não respeitamos a inteligência de Deus quando queremos parecer o que não somos com o intuito de impressioná-lo. "Para de palhaçada, Neil!", diz ele conjecturando Deus em ocasiões como essa. 

Também é comum que os que não entendem o que é oração procurarem lugar propício ou favorável para fazê-la. Como se Deus só estivesse atento em determinados lugares e em determinadas situações. A igreja e o quarto são lugares ideias para orações, isso está correto. A Bíblia chama a igreja de "Casa de Oração" e Jesus nos aconselha a orar em "nossos aposentos", de preferência a sós e em silêncio. Mas a gente pega isso e transforma em regra. Não, todo lugar é ligar de oração, assim como todo lugar é lugar de adoração e todo lugar é lugar de fazer o bem. Essa é a a maravilha de servir a um Deus onipresente e onisciente, não é mesmo? Nosso Deus é Todo Poderoso. E por que o limitamos tanto quando o assunto é oração? 

Certa vez D.L. Moody disse que não orava mais que cinco minutos, mas também não passava mais de cinco minutos sem orar. Eu acho isso fantástico. Foi sobre isso que Paulo falou em 1 Tessalonicenses 5:17: "Orai sem cessar.". A oração não precisa ser um ato com hora marcada e lugar adequado, a oração precisa ser encarada como algo que podemos fazer o tempo todo. Temos em mente a imagem de alguém com os joelhos calejados e com um semblante abatido quando usamos a expressão "homem/mulher de oração". É admirável que seja assim, mas não necessariamente o é. Na verdade, "pessoas de oração" são pessoas que oram e você  nem sabe, porque não fazem questão que saibam, sabendo que a oração não é um ato, mas sua essência, sua vida. 

Você já experimentou orar por um desconhecido, em um transporte público, por exemplo? Não estou falando em levantar em um ônibus e pôr a mão na cabeça de alguém, não, não... Estou falando em olhar para aquela pessoa e orar a Deus em espírito. Você não tem a menor ideia do que aquela pessoa está passando, mas está elevando aquela vida a Deus. Você nunca, provavelmente, salvou alguém de um assalto, ou de um homicídio. Posso afirmar que esse tipo de coisa não faz parte do nosso dia a dia. Mas você pode, através da oração, causar um grande impacto  em uma vida, sabia? Qualquer vida, em qualquer lugar e em qualquer ocasião. Você pode, aliás, estar orando por alguém enquanto essa pessoa fala com você, enquanto ela te expõe um problema. Você pode orar em casa por ela? Deve, é claro. Mas você pode orar ali mesmo, indo pra casa, trabalhando, cozinhando...? Bom, é quando ignoramos isso que limitamos Deus e atestamos que não sabemos nada sobre oração. A religião te enganou mais uma vez, lamento. 

A oração é um ato de amor:

Amor para com Deus, porque quando oramos nós nos relacionamos com Ele. Por isso, mesmo sabendo de tudo que precisamos, Ele faz questão que tenhamos uma vida de oração. Então quando oramos, nós agradamos o Pai, pois ele é um Deus relacional. Ele não quer ser visto como alguém que só soluciona nossos problemas. Afinal de contas, você como pai ou mãe, gostaria que seu filho se aproximasse de você só quando precisa que você resolva seu problema? Dê certo que não. Nos amamos quando nossos filhos se aproximam de nós com a única e exclusiva vontade de estarem conosco, conversarem conosco. É isso. 

Amor próprio, porque quando oramos nós estamos diante da fonte da nossa vida, daquele que nos ama, daquele que tem o melhor para nós. Se dizemos que nos amamos e não oramos, nós estamos extinguindo dos nossos dias o contato com aquilo que nos faz melhor, Deus! Você se ama demais quando ora.

Amor ao próximo, porque não há ato de amor mais verdadeiro do que a oração e eu vou explicar porquê. A oração é um ato oculto e, na maioria das vezes, não presenciado por mais ninguém. Ali é você e Deus, e você falando para Deus sobre uma outra pessoa. Que ato lindo! Talvez a pessoa nem saiba, mas você está colocando os dilemas dela diante de Deus e isso tem um poder enorme. Fazemos tão pouco isso. Sabem por que? Porque não tem ninguém para nos aplaudir, não ganhamos nada com isso... Por isso a oração pelo outro é um ato de amor, porque "não ganhamos nada com isso", aliás, ganhamos sim, a provisão de Deus na vida deles. Como é gratificante você ver a provisão de Deus na vida de alguém que você ora e que só você e Deus sabem que você se dedica a ela em oração. E isso é tão poderoso que Deus nos abençoa naquilo que nem oramos quando oramos pelo próximo. Deus vai lá e te agracia com alguma benção. Com Jó foi assim: "Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.". Em meio a tanta destruição, Jó não orou por si. Ele orou pelos seus amigos, e mais do que isso, amigos que o acusavam e o culpavam pela situação trágica que ele vivia. Jó cobria seus amigos com oração e o próprio Deus cobria Jó com provisão. Não é lindo isso? 

Assim é a vida daquele que não vive como se o universo girasse em torno do seu umbigo. Essa é a a vida daquele que faz da oração seu pão, seu chão, seu respirar. 







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