segunda-feira, 19 de julho de 2021

Pai Nosso - Não Nos Deixe Cair


"E não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal"
(Mat 6:13a)

Embora desejassemos um Deus que tire qualquer tipo de tentação da nossa frente, não é bem isso que acontece com o nosso Pai celestial. Jesus nos ensina a orar ao Pai pendido que não nos deixe cair nas muitas tentações que nos sobrevirão. Com isso, entendemos que o Pai não nos isenta de passar por tentações, mas nos ajuda a enfrentá-las. 

Esse método do Pai serve pra muita coisa em nossa vida e revela como Deus nos educa. Estamos constantemente tentados a fazer o que não convém e, em muitos casos, caímos na tentação. Afinal de contas, não seria difícil se não fosse uma tentação. 

A tentação mexe diretamente com o nosso ego. Nos sentimos em dívida com o ego quando negamos uma tentação daquelas. Uma proposta de dinheiro fácil no nosso trabalho, às oportunidades inacreditáveis de adultério, os pratos suculentos que a nossa saúde não nos permite mais comê-los. Enfim, são tantas tentações que seria impossível colocar todas aqui. Somos tentados todos os dias e de inúmeras formas. Embora muitas tentações sejam comuns a todos, existem tentações específicas para cada um. E, também, uma coisa pode ser tentação para mim e não para você, por exemplo. Porém, em todos os casos, temos total ciência de que aquilo é errado. Enfrentar tentação faz parte do pacote humano e sozinhos seremos engolidos por elas. Por isso, a importância de pedir ajuda ao Pai em oração. 

O homem é tentado desde o Eden. A negação é a arma mais letal da tentação. Quando enchemos os nossos filhos de "nãos", consequentemente os enchemos de curiosidade. A curisidade gera desejo e o desejo instalado gera tentação. "Por que não posso?", pergunta o filho. "Por que não!", responde o pai. Não foi exatamente isso que aconteceu no Eden. Nosso Pai celestial nos nega, mas nos ensina o porquê. "Vocês morrerão se comerem do fruto", disse o Senhor. A negação sem informação gera tentação. Somos os maiores criadores de tentação nos nossos filhos, quando negamos e não ensinamos porquê. 

Aí surge a figura do tentador, que além de instigar, distorce o que Deus disse. Acredito que não comer daquela árvore não fosse um problema para Adão e Eva. Até que a serpente os fez olhá-la de uma outra forma, aí comer daquele fruto se tornou tentador. Quando o contato com o nosso Pai é reduzido por algum motivo, é aí que o tentador aparece relativizando o que o Pai ensinou. A nossa natureza tende a acreditar no tentador, porque no fundo, no fundo, o que queremos mesmo é nos esbaldar na tentação. Adão e Eva se descuidaram um pouco e isso foi suficiente pra tentação se tornar irresistível. Por isso a necessidade de orar "não nos deixe cair em tentação", pois o Pai sabe o quanto é difícil. 

Nem Jesus foi isento de tentações, muito pelo contrário. A Bíblia diz que ele foi tentado em tudo (Hebreus 4:15). Mas temos um exemplo prático, é a famosa tentação do deserto. Jesus ainda não havia iniciado seu ministério, quando foi levado ao deserto para ser tentado pelo próprio Diabo. A tentação era tão intensa, que foi necessário jejuar para enfrentá-la. Jesus era homem e estava sujeito às mesmas tentações que nós. Ele nos ensinou a vencer a tentação com três armas: uma vida de oração (a comunhão constante com o Pai não nos deixa perder o foco), conhecimento da Palavra (ter e crer em um contra argumento para a tentação é fundamental) e jejum (mostra a nossa total incapacidade de resolvermos sozinhos). Foi assim que Jesus venceu a tentação naquele deserto. Jesus foi tentado a ter poder e fama (pede-me que te darei), foi tentado a se desviar do seu propósito (mande que estas pedras se tornem em pães), tentado a tentar o Pai (joga-te daqui para baixo).

Jesus não venceu às tentações por si só, Ele sabia que sem o Pai seria impossível. Ele não foi arrogante, por ser Filho de Deus, e enfrentou a tentação de peito aberto. Ele se submeteu ao Pai e só assim foi possível ter êxito. Se foi assim com Jesus, imagine conosco. 

Resistir às propostas do tentador todos os dias é, sobretudo, uma questão de fé. É confiar que o Pai tem o melhor para nós, embora a tentação pareça uma propostae tanto. Deus não está aqui pessoalmente conosco, de carne e osso, a tentação sim. A tentação é palpável, acessível, agradável aos olhos. Às vezes, do Pai só temos a promessa. Trocar o imediato por algo futuro é o nosso maior desafio como filhos, embora o Pai também retribua a nossa fidelidade aqui nessa Terra. Olhamos pra um lado e para o outro e não vemos Deus, mas piscamos e a tentação está diante dos nossos olhos. Sem a ajuda do Pai é impossível suportar tudo isso. É o Pai que nos dá fé, confiança e contentamento na Sua Palavra. Humamente, usando os nossos próprios recursos, não há a menor possibilidade de escolhemos Deus, quando a outra opção é a tentação. 

Um dia não haverá mais tentação. Seremos um com o Pai na Glória e nossos olhos não vão querer ver outra coisa senão o esplendor no nosso Pai. Enquanto esse dia não chega, siga o conselho de Jesus e peça ao Pai: "não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal". E ele atende ao pedido do filho. Siga com o Pai nessa jornada, sempre. 

Essa parte da oração termina com: "mas, livra-nos do mal, amém!". Pois bem, como já notamos, o Pai não evita que às tentações  aconteçam, no entanto, Ele nos ajuda a vencê-las. Porém, do mal o Pai nos livra. Isso é um compromisso dele, caso não caiamos nas tentações. 

Todos queremos que Deus nos livre do mal. Hoje mesmo eu vi um adesivo num carro dizendo isso e já vi tatuagens com os mesmos dizeres: "Livrai-nos do mal, amém!". Mas, entenda: a porta de entrada do mal no mundo foi o homem ceder para a tentação no Eden. Certo? E a porta de entrada do mal na nossa vida continua sendo a mesma. Quando cair em tentações se torna algo comum na nossa vida, conviver com o mal também passa a ser. O Pai nos livra do mal, se nós, como filhos, não caírmos nas tentações ou, ao menos, lutarmos contra elas. Quando caímos em tentações, nós dizemos para o mal: "pode entrar". Se não tomarmos cuidado, a represa que sustenta a nossa vida pode se romper e o mal inundar tudo.

Então Jesus nos ensina a pedir ao Pai ajuda para vencer às tentações e, como consequência, que nos livre do mal, ou como dizem algumas traduções: "nos livre do Maligno", que é o próprio Diabo. A Bíblia diz que o Diabo anda ao nosso derredor buscando quem possa tragar, bramando como um leão. Ele está esperando uma brecha. E essa brecha é dada através da autonomia que damos às tentações que nos afligem. 

O nosso Pai celestial, como qualquer Pai, nada pode fazer quando a escolha do filho é se entregar às tentações. O que um Pai de amor faz é ajudar o filho a vencer às tentações. Aí nenhum mal terá autonomia para nos tocar. Porque entre às delícias das tentações e a vontade do Pai, nós escolhemos a vontade Dele. O diabo fica indignado com filhos que enfrentam às tentações em oração e comunhão com Deus. 

Todas as promessas de proteção de Deus na Palavra (são muitas) são direcionadas aos filhos e servos. Chamar Deus de Pai e Senhor não é garantia de viver longe do mal, quando somos filhos e servos do pecado. Deus é Pai e Senhor de quem é filho e servo Dele em obediência e santidade. Essa oração é de filho para Pai. O Pai é pai sempre, os filhos são sempre filhos. Porém, se tranferirmos nossa paternidade para o pecado, o Pai celestial já não tem mais nenhuma responsabilidade sobre nós. Então o mal vem, fica e nos adota.

Isso não quer dizer que se pecarmos Deus não será mais nosso pai. A gente peca. A própria Bíblia fala que quem diz que não tem pecado, mente (1 João 1:8). O problema está quando deixamos de ser obediantes ao nosso Pai e passamos a obedecer ao pecado, à cair constantemente nas tentações. Jesus nos ensina, através dessa oração, que precisamos da ajuda do Pai para vencermos as tentações, sabendo que tendo êxito nisso, o Pai nos garantirá a proteção de todo mal. Que assim seja!

Que Deus te abençoe!


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