"Dá-nos hoje o pão diário." (Mt. 6:11)
Eu fico admirado com a forma que Deus nos trata. Com relação à sua provisão, Ele prometeu que nunca nos deixaria faltar coisa alguma. Porém, é o "modus operandi" de Deus que me chama a atenção.
Vamos lembrar do Êxodo, quando o povo hebreu passou 40 anos peregrinando no deserto rumo à terra prometida. Não havia possibilidade alguma daquelas pessoas se sustentarem pelos seus recursos. No deserto não havia recurso algum que sustentasse a vida humana. Deserto não tem água, animais e vegetação. Deserto tem muito calor de dia e muito frio à noite. Deserto está cheio de serpentes e escorpiões venenosos. Então, se não acontecesse algo milagroso, aquelas pessoas pereceriam naquela longa caminhada. Aconteceu! Deus providenciou tudo, tudinho. Foram 40 anos de provisão única e exclusiva do céu.
O homem não podia trabalhar, porque não tinha para quem trabalhar. O homem não podia plantar nem colher, porque não tinha terreno fértil para isso. O homem não podia caçar, porque não havia caça. Então, eles, obrigatoriamente, para sobreviver, tiveram que aprender a confiar em Deus. Você concorda comigo que quando nos faltam recursos até o mais ateu corre para Deus, não é verdade? Ali não tinha jeito, era confiar em Deus ou perecer no deserto.
Deus já havia mostrado aquele povo que estava interessado em abençoá-los desde o Egito. Foram muitas provas concretas de que Ele estava com eles. Desde pragas contra quem era contra eles, até mar abrindo para eles passarem. Alguém em sã consciência teria alguma dúvida, naquela altura do campenato, que Deus não cumpriria o que prometeu? Então, naquele ambiente hostil, eles começaram a ver a provisão de Deus diariamente. Grave isso: diariamente. De dia, uma nuvem cobria os hebreus do calor intenso. À noite, uma coluna de fogo os aquecia do frio congelante. Nunca Steven Spielberg pensaria em algo tão cinematográfico.
Ali também não tinha muito luxo. Deus provinha aquilo que era necessário para viverem. A promessa sim, a promessa era de prosperidade. A promessa era que no final daquela caminhada eles habitariam uma terra que manava leite e mel. Mas, enquanto Canaã não chegasse, era o suficiente que eles teriam.
Por que estou contando essa história para falar de um trecho da oração do Pai nosso? Havia uma coisa chamada maná, que era o alimento que eles recebiam todos os dias. Esse alimento, que era uma espécie de pão, caía literalmente do céu. Ninguém morreria de fome naquela cruzada. Todos os dias Deus providenciava um maná novo para eles. Sabe o que era mais interessante nisso tudo? Aquele alimento tinha o prazo de validade de um dia. Isso mesmo, um dia. Se não comece aquele, não comeria mais. Só no dia seguinte. Não havia estoque de maná. Todo dia tinha uma fornada nova vinda do céu. Assim foi por 40 anos eles vivendo da provisão diáriade Deus. Tinha leite e mel? Não. Tinha a carne do Egito? Também não. Mas tinha o suficiente pra viver? Ah, isso Deus fazia questão de garantir.
Não tem como ler sobre a oração que Jesus nos ensinou e não lembrar dos hebreus no deserto. Ler "o pão nosso de cada dia, nos dai hoje", me faz ver Jesus nos ensinando a pedir ao Pai a mesma provisão que os hebreus tiveram. Uma provisão diária e suficiente. Jesus nos ensina a pedir o pão de hoje. O de amanhã, pedimos amanhã. Esse é o "modus operandi" do Pai. O filho precisa entender que Deus tem algo único e exclusivo para aquele dia. Para que jamais a gente esqueça que o nosso sustento vêm Dele.
O pão é um alimento democrático, está na mesa do pobre e do rico. É considerando alimento básico para qualquer lar. Assim como Deus não deixou o povo perecer no deserto, é certo que não nos deixará também. O pão que vêm de Deus é garantido nessa nossa peregrinação. E não importa se é muito ou pouco, bonito ou feio, importado ou caseiro, o importante é que vêm do Pai. É assim a provisão de Deus. Nem muito, nem pouco, mas o suficiente.
Porém a peregrinação é longa. Dos hebreus foram 40 anos, a nossa já passou dos 2000 anos. Assim como para eles, existe uma promessa de um futuro. Uma terra de farturas sem fim. A deles, Canaã. A nossa, Nova Jerusalém, céu, Glória, eternidade, como você quiser chamar. Mas, pela caminhada ser longa, muitos não se contentam com o pão de cada dia de Deus e procuram se autoproverem. Os hebreus sentiam falta da carne do Egito e passaram a murmurar por causa do maná. Nós, ambiciosos como somos, não glorificamos a Deus pelo pão de cada dia e procuramos desesperadamente fartura e delícias. É aí que perdemos o foco.
Já não clamamos pelo pão de cada dia, porque o que Deus tem pra nos oferecer aqui na terra é o suficiente, e o suficiente já não nos satisfaz mais. Então, nos dedicamos em buscar a prosperidade. Não a properidade proposta por Deus, mas a prosperidade dos homens. Pastor Neil tem um frase que sempre que posso a cito: "Prosperidade não é ter muito, é ter sempre". Isso é genial e está totalmente de acordo com o que estamos falando aqui. Eu sou próspero quando eu tenho o suficiente sempre e quando esse suficiente vem de Deus. Vale mais que qualquer fortuna.
Esse não é um apelo à mediocridade, como dizem os pregadores da prosperidade. Mas é o apelo ao contentamento. Quando aprendemos a viver com o que Deus dá, nós aprendemos a ter contentamento e gratidão. Quando oramos pelo pão de cada dia, o comemos e damos graça, esperando aquele grande dia em que vamos ceiar na mesa do Rei, tudo será muito feliz.
Nós estamos aqui de passagem. Precisamos do sustento que vêm do Pai para completarmos nossa jornada com saúde. Só às famílias de Calebe e Josué entraram em Canaã. Nem Moisés entrou. Quase todo aquele povo pereceu no deserto. Sabe por que? Rejeitaram a provisão de Deus e se dedicaram a buscar por conta própria. Fizeram do caminho no deserto um fim em si mesmo. Quando na verdade, o deserto é apenas um caminho para algo muito maior e permanente. Trocaram a promessa pela impaciência. Trocaramo suficiente pela falácia da priaperidade e felicidade humana. Pereceram!
E nós? Chegaremos à terra celeatial prometida, ou pereceremos nesse mundo e suas ilusões? Nem todos que estão conosco entrarão no céu, porque não se contentaram com o pão de cada dia, que é para hoje. Mudaram a imagem de Deus para um Deus que não dá um pão de cada dia, mas uma vida de riqueza e abastança.
O capítulo 6 de Mateus, onde está inserida a oração do Pai nosso, fala disso nele todo. É um capítulo lindo e esclarecedor sobre a nossa relação com o Pai e seu "mudus operandi". Leia e veja você mesmo. O Pai é aquele que provê sempre, pausadamente, diariamente, constantemente. Basta a cada dia o seu mal, como diz Jesus em Mateus 6, e, também, basta a cada dia o seu pão. Ele é o suficiente para aquele dia.
Seja o pão físico, que significa que o Pai provê todas as nossas necessidades humana, como o pão espiritual, que é o alimento para alma, Deus não deixa faltar. Peça o seu, você têm direito. Você tem lá com o Pai sua porção para aquele dia, não abdique achando que você se vira sozinho. Não caia nessa. Agindo assim você vai virar um escravo desse sistema, onde corremos atrás daquilo que não sabemos e desejamos aquilo que não precisamos. Fique tranquilo, o Pai cuidará de ti diariamente.
Faça como Jesus e peça em oração o pão de cada dia, hoje. O Pai certamente proverá e você chegará ao final dessa caminhada são e apto para desfrutar das bodas do cordeiro. Lá há fartura que nunca acabará. Amém!
Que Deus te abençoe.
Deus é fiel. E não deixa de suprir nossas necessidades.
ResponderExcluirAmém!
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